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Comunicar é tornar comum

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E a formação?

Posted by Cássia Alves em 26 de setembro de 2009

Ultimamente ando acompanhando diversos debates sobre a nova formação do profissional de comunicação, ainda mais em tempos digitais. O que surgiu de cargos, vagas e oportunidades no grande e inóspito mundo das mídias sociais não está escrito. Porém, ainda tudo muito nebuloso e mal compreendido, pois pouco se entende e se sabe na área, e ainda é preciso criar muitas bases para que esta novidade se consolide de fato. Vi até um post no Brainstorm#9 sobre o futuro da publicidade, então dá pra ver que é o assunto do momento.

Neste ponto, vejo muitas empresas criando twitter, tentando estabalecer novos canais de comunicação com seus clientes, jornais debatendo sobre disponibilidade de conteúdo grátis na rede etc etc etc… O assunto é extenso com pautas infinitas. Ninguém sabe qual serão os padrões para o trabalho daqui alguns anos, muita coisa pode mudar, e cabe a nós (digo, estudantes e/ou recém-formados na área de comunicação) estarmos sempre ligados e ativos nestes debates da estruturação do trabalho do comunicador.

Perceberam que em nenhum momento entrei no fato de QUAL área da comunicação seria? Jornalista, relações-públicas ou publicitário? É aí que quero chegar. Talvez a maior revolução que o mercado digital tenha trazido seja essa integração das áreas da comunicação. Cada vez fica mais frequente e impossível definir qual o melhor perfil profissional do cara que trabalha com comunicação digital (me recuso a usar o título “analista de mídias sociais”, ainda tenho minhas dúvidas quanto a este ‘cargo’): tem publicitário fazendo conteúdo, jornalista trabalhando construção de imagem e relações públicas traçando estratégia de marketing. Virou uma salada, e o que o pessoal do grupo de estudos da Abracom em RP Digital chamou de encarnar a personalização da marca. E, na minha opinião, isso é ótimo.

A comunicação é uma área muito ampla e cheia de atividades muito interligadas. Fica cada vez mais difícil para um profsssional da área conseguir executar seu trabalho sem conhecer um pouco de outras habilitações da comunicação. Fui ao 10º encontro da ABRP no dia 12 de setembro, e lá, o André de Abreu falou sobre isso. Segundo ele, “a sociedade demanda relacionamento e interação das empresas e agências, e não há profissionais para problemas complexos, porque eles não se resolvem com soluções isoladas” (aspas retiradas do blog ser.RP). Cada vez mais o departamento de comunicação deixará de ser um departamento isolado, todos deverão e poderão comunicar o que quiserem de suas empresas. Estamos engatinhando nisso ainda, mas é uma tendência que chegou pra ficar.

Claro que o processo ainda está muito ligado ao trabalho, área, perfil e escopo de trabalho. Não digo que toda empresa tem que estar no twitter. Mas toda e qualquer empresa tem que saber o que o consumidor diz de sua marca nas redes sociais, e muitas delas já começaram a perceber isso. E tentar ter a melhor relação com seus clientes e consumidores. Ou podem acabar ameaçando processos no nome delas e talvez nem ser verdade.

Ainda há muito a ser entendido nesse novo mundo que nasce na comunicação. Mas fico triste quando vejo o MEC retirar o curso de jornalismo da grande área de Comunicação Social e que faculdades da área não priorizem o ciclo básico, e não incentivem os alunos a conhecer melhor as outras habilitações (digo da ECA, porque é o universo que conheço). Mais triste ainda é ver que idéias como o ciclo básico são vetadas porque não há consenso dentro do corpo docente pela melhor formação daqueles que já estão no mercado (pois já entraram logo nos primeiros anos da faculdade e esbarram nestas diferenças gritantes entre a academia e o mundo real).

Espero que novos ares ajudem a academia a mudar as coisas. Porque a formação em comunicação é sim algo muito sério para ser desvalorizado assim. Disso dependerá a estrutura de relação entre as empresas e os consumidores, e o mercado já está ciente disso. Agora, ele precisa ser abastecido de pessoas que tenham isso em mente. Vejamos o que vem pela frente.

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Jornalistas versus fontes?

Posted by Cássia Alves em 21 de maio de 2009

Esta semana, perguntei no twitter a opinião do pessoal sobre a velha questão: o entrevistado pedindo ao jornalista para que envie a matéria após a redação do jornalista. Dentre as diversas respostas que tive, considerei dois pontos de vista para discutir aqui:

O Charles Nisz, do Fragmentos da Realidade Cotidiana, e a Milena Dib trouxeram respostas que considerei muito pertinentes: a deontologia/ética/responsabilidade do jornalista com o público o obriga a escrever uma matéria do jeito que deseja e com todo o material que conseguiu apurar. E se o entrevistado requisitar a matéria para revisão, isso pode ser considerado censura.

Explicando de uma maneira beeeeeeeem resumida: o jornalista, na teoria, é o meio de chegada das informações para o povo. Ele tem a função de ir lá, ver o que está acontecendo, e contar isso para o público da maneira mais transparente possível. Aí no meio estão implícitas diversas nuances, como a linha editorial do veículo, a ética e/ou moral de cada um, as assessorias de imprensa, os interesses do jornalista e do entrevistado, etc. Por isso mesmo, dizem que é tão difícil fazer jornalismo descompromissado hoje em dia.

A Mahira Oliveira questionou por que não passar a matéria para o entrevistado ler antes da publicação. Imaginemos a seguinte situação (hipotética, mas possível): um jornalista trabalha em Brasília e cobre o Senado. Ele descobre o motivo real do Collor ter pedido para fazer parte da bancada governista na CPI da Petrobrás, conseguindo uma entrevista com algum assessor da oposição que topou falar. Ele chega a entrevistar o Collor também. E daí ele passa a matéria para o dito Sendor ler antes de publicar??

É uma situação extremista, claro. Mas se a matéria tem a função de revelar alguma coisa bombástica, ninguém além do editor deve ler esse texto. Caso a matéria não tem nada de investigativa, como uma entrevista com um médico, o dever do jornalista durante a entrevista é esclarecer todas as dúvidas que possam surgir para que o médico não precise checar em uma revisão o que o jornalista tiver escrito.

O jornalista é o cara que tem que pegar um assunto e passá-lo para um maior número de pessoas de maneira que todo mundo entenda, certo? O tal “especialista de generalidades”, algo que todo mundo ouve durante a faculdade. Logo, ele tem que ser gabaritado para tal. Sendo assim, o entrevistado não precisa ler a matéria, certo?

É, aí chegamos na realidade. Em redações com cada vez menos jornalistas, e que chegam com menos experiências e mais inseguranças, os textos têm ficado muito superficiais. Além disso, no processo de edição, se é um jornalista free-lancer quem produziu o texto, na hora do fechamento, o texto pode virar uma terceira coisa além do desejo do entrevistado e do jornalista.

Qual a solução pra isso? Jornalistas mais preparados e que estejam presentes durante o fechamento para que a matéria saia de acordo com o previsto? Assessores de imprensa que expliquem para seus clientes que o jornalista está sim plenamente gabaritado a fazer a matéria e não pode requisitar a matéria para revisão antes da publicação? O jornalista entrar em contato com a fonte uma última vez antes do fechamento para checar todas as informações?

Eu acredito que um pouco de tudo isso. Parece irreral, mas deveria ser assim. Pelo bem das práticas jornalísticas e da existência do tal. Não é porque vivemos agora em um mundo dito veloz, em que o público busque mais e tão somente assuntos que o interesse que devemos produzir coisas superficiais e com apuração fraca. É exatamente por isso que o jornalismo tem de ser feito ainda melhor. Mas claro, é minha opinião. Qual a sua?

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#1

Posted by Cássia Alves em 21 de janeiro de 2009

Aqui começa minha ambição de escrever em um blog sobre comunicação nos novos tempos. Comunicar é a tal ferramenta que nos torna humanos de verdade. Outros seres conseguem estabelecer formas de interação também, mas não em atmosferas tão complexas como as nossas. Comunicar-se com todas as partes de nosso corpo, com diferentes entonações, expressões…

Comunicar é tornar comum. Ouvi isso em uma aula, mesmo isso sendo tão impressionante pra uma aula da ECA. E mudou minha forma de ver tudo o que faço dentro da minha profissão, mesmo que não a exerça de fato. Tudo aquilo que escrevo, seja neste blog ou em outros que escrevo, seja no meu twitter, seja em uma conversa de bar. Quero tornar comum algo que sei que é interessante dividr com o mundo. A propagação do que melhor o ser humano já fez é uma forma de colaborar na evolução da espécie. E por mais que pareça inocente, acredito que a comunicação pode ajudar nesta evolução. É um potencial que não pode ser desperdiçado.

Acho extremamente valioso quem faz disso uma busca incessante: caçar aquilo que é o supra sumo da produção humana e incentivar para que cada vez mais pessoas tornem o supra sumo comum. Comumnincando. Perdoem o trocadilho se ele parecer infame, mas as duas palavras estão ali tão próximas que não resisti. =)

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